Ek Balam, ruinas de um reino maia

Ek Balam, ruinas de um reino Maya
Arco de entrada

Quando fui a Machu Picchu um colega da escola onde eu trabalhava disse não entender eu “pagar para viajar para ver pedras”. Imagino o que ele diria agora se soubesse que um dos principais motivos para eu viajar até o México foi poder conhecer ruinas de cidades pré-hispânicas.

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Ek Balam, ruinas de um reino Maya

O país têm inúmeras zonas arqueológicas que preservam ruínas de cidades que existiam bem antes da chegada dos colonizadores espanhóis. Habitadas por diferentes povos como os astecas e maias, foram importantes e dominaram territórios através da cultura, religião, comércio e ciências. De épocas diferentes, até mesmo de muitos anos antes da era cristã, elas viveram o apogeu e deixaram de existir também em períodos diferentes com o domínio dos conquistadores.

E se eu não tivesse conhecido algumas delas, a minha viagem ao México não seria completa. Consegui visitar 8 delas em diferentes regiões, da capital ao litoral passando pelo interior. As primeiras ruinas foram do Templo Mayor na Cidade do México, depois Teotihuacan, Tulum, Ek Balam, Chichén Itza, Palenque, Mont Albam e Mitra. Entre elas muita semelhança na construção e na história, mas também detalhes e curiosidades específicas.

Ek Balam, ruínas de um reino maia

Ek Balam, ruinas de um reino Maya
Vista parcial da cidade a partir do Palácio Oval

Este sítio arqueológico estava na minha lista, mas sinceramente não imaginava que fosse conseguir conhecer pois não tinha informações de como chegar lá sem carro.

Depois de Tulum, no litoral, segui viagem para Valladolid, uma cidade no interior do estado de Yucatán. Andando por suas ruas fui abordado, numa esquina, por um taxista oferendo viagem em um taxi coletivo justamente para Ek Balam. Ele tinha 2 moradores para levar e precisava de pelo menos mais uma pessoa para fazer a corrida. Não pensei duas vezes, paguei 50 pesos e lá fui eu.

Ek Balam, ruinas de um reino Maya

Com um pouco mais de meia hora de viagem, passando por alguns povoados, o taxi me deixou na entrada do sítio. Até as ruínas é preciso caminhar uns 400m. Era ainda cedo, e no caminho passei por meia dúzia de gringos que já estavam de saída, até então eram os únicos visitantes e por um tempo tive a cidade só pra mim. O lugar estava silencioso.

Com o tempo chegou mais gente, mas continuou tranquilo. Não faz muito tempo que Ek Balam foi aberta a visitação, com isso não é uma das cidades mais visitadas.

Ek Balam, ruinas de um reino Maya


Já na caminhada achei Ek Balam diferente das outras. Ela está envolvida pela natureza, é mais silenciosa. Havia um certo suspense, o sol não estava forte e apesar de ser carcada por mata, muitas arvores estavam secas e a cor de barro predominava criando uma paisagem árida, talvez feia para muitos, mas eu achei interessante, bonita.

Ek Balam é uma das últimas cidades descoberta, relativamente com pouco tempo de pesquisa. Mas já se sabe, ou pelo menos acredita, que sua construção é de antes da era cristã e que foi capital do reino de Talol. Portanto foi uma cidade importante, mas a maior parte dela ainda não foi escavada e está escondida pela mata.

Ek Balam, ruinas de um reino Maya

A parte que é vista da cidade provavelmente era onde morava a elite, e a exemplo de Tulum também era murada por uma questão de segurança. O acesso principal a esse núcleo se dá por um arco maia que até então eu não tinha visto.

É nesse espaço que estão concentradas as ruínas principais. É dividido em duas praças, a entrada se dá pela praça sul onde se destaca o Palácio Oval que não é tão alto, mas do alto do seu topo se tem uma boa vista da cidade.  Ao lado da praça está o campo de jogo de bola, um dos jogos mais antigos e que era muito praticado pelos maias.

Ek Balam, ruinas de um reino Maya
Campo do jogo de bola

A praça seguinte é a norte e nela está a Acrópolis que é o edifício mais importante e mais alto com 32 metros. Do alto do seu topo tem uma visão mais ampla da cidade e a floresta ao seu redor.

Ao contrário de outras pirâmides que conheci e subi, na Acrópolis a atração não é só subir até o topo não. Ela têm patamares que servem de paradas, no meu caso, não só para descansar e tomar fôlego, mas também para ver o que há neles.

Ek Balam, ruinas de um reino Maya
A Acrópolis

Acrópolis foi um palácio real e esses patamares têm suas fachadas com muitos detalhes decorativos em alto relevo. A arte e arquitetura eram valorizadas em Ek Balam se destacando de outras cidades. Os trabalhos estão sendo restaurados e preservados (por isso as coberturas de palha), e o melhor exemplo dessa arte está na tumba de um dos principais governantes que é ricamente ornamentada externamente, e no seu interior estão milhares de presentes depositados na ocasião de sua morte, mas infelizmente não é possível entrar.

Ek Balam, ruinas de um reino Maya
Detalhe da facha da tumba de um dos governantes da cidade

Como chegar

Está localizada no município de Temozon, mas das cidades mais conhecidas, Valladolid é a mais próxima. Visitei a partir dela e fui de taxi coletivo pagando 50 pesos o trecho. Não tem transporte público pra lá, e pelo que percebi é mais fácil conseguir outras pessoas para o taxi na parte da manhã, vá cedo.

Visitas: de segunda a domingo, das 8 às 17h. No interior têm placas com informações e na entrada Guias de Turismo oferecem os seus serviços.
>> A área visitada é pequena fazendo com que o deslocamento seja curto e a visita rápida. Demorei aproximadamente 1h30min visitando com calma e subindo nas ruinas. Lá ainda é permitido.
>> O espaço é todo aberto e em um dia de sol forte o calor vai incomodar muito, leve um boné ou chapéu. Na entrada têm muita gente vendendo e não são caros.
>> Não esqueça do protetor solar e água.
>> Na entrada há comércio de artesanato, comida e bebida.
Valor: 75 pesos cobrado pelo Governo Federal, mas o Governo do Estado de Yucatán cobra também um valor de 338 pesos, totalizando 413 pesos (abril/19).

Ek Balam, ruinas de um reino Maya
Vista do alto da Acrópolis

As ruínas de Ek Balam combinam com

A visita no local não é demorada e dá para aproveitar o dia para conhecer outras atrações na região. Se estiver de carro e quiser continuar nas zonas arqueológicas dá para visitar também Chichén Itza no caminho para Mérida. Eu preferi visitar alguns cenotes.

Conheci o cenote XCanché. que fica bem ao lado das ruínas, e como eu não estava de carro fechei um pacote com um taxista que estava no estacionamento para me levar aos cenotes Palomita e Água Dulce e no fim da tarde retornar para Valladolid. Aproveitei melhor o tempo e saiu mais em conta do que se eu voltasse a Valladolid para de lá ir aos cenotes.

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