Conhecendo Alfama e Chiado

Lisboa
 Alfama, região tradicional de Lisboa que vale uma visita com calma.


Eu queria sair cedo neste dia pois no primeiro dia em Lisboa sai muito tarde, mas não teve jeito o fuso horário me pegou e cabei saindo tarde novamente. Meu destino foi Alfama, uma das áreas mais antigas de Lisboa, um bairro peculiar com ladeiras, escadarias e ruas estreitas herança da cultura mulçumana que valoriza mais o interior das casas do que os espaços públicos.


Em Alfama viveu Romanos, Árabes e marinheiros. Hoje entre os vários turistas que circulam as suas ruas em busca de restaurantes, casas de fado e atrações turísticas encontramos antigos moradores que conversam nas esquinas, portas das casas e se cumprimentam pelas ruas.

Sai de casa (casa da Mônica) e fui de metro (em Portugal metrô é metro) até a praça do comércio, andei algumas ruas para embarcar no bonde, o elétrico 28. Neste dia havia mais turistas nas ruas de Lisboa e o elétrico 28 estava lotado. Uma pena, pois ele não pode ser usado só como meio de transporte, ele é uma atração a parte e tem que ser desfrutado. Ele faz a ligação entre Alfama e o Chiado passando pela Baixa.

Lisboa
Elétrico 28, uma atração nas ruas de Lisboa.

Desci no Miradouro Santa Luzia e dali o meu destino era o Castelo de São Jorge, mas acabei desviando o meu caminho e fui sendo guiado pelas ruelas e sobrados azulejados. Aliás como tem azulejo em Portugal, existem prédios inteiros revestidos por azulejos. Outra coisa que chama atenção  são os varais de roupas pendurados nas fachadas dos prédios.


Fui parar no Largo Glória no alto de uma ladeira com uma bela vista da cidade e do Castelo de São Jorge. Fazia um certo frio e fiquei ali só por alguns minutos, com isso deu a hora de almoçar, e o Alfama pareceu ser o lugar ideal para provar o famoso bacalhau português. Um prato tradicional em um bairro tradicional.

No restaurante que entrei só havia moradores locais, eles conversavam sem parar, falavam rápido, alto e riam muito. Tentei acompanhar a conversa mas não entedia uma palavra se quer. Pedi um Bacalhau à Lagareiro (bacalhau grelhado), especialidade do Restaurante A Mourisca. O bacalhau estava muito bom. Aqui também bebi a minha primeira cerveja em Portugal, uma imperial (cerveja de barril, tipo o nosso chope) da marca Sagres, muito boa. Fui muito bem atendido, garçom sorridente e simpático.

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  Esta igreja foi construída por cavaleiros da ordem de Malta, durante o reinado de D. Afonso Henriques.

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 LisboaPrédio com a fachada toda revestida em azulejo. É o que mais se vê em Portugal. Durante a ocupação árabe da Península os povos ibéricos tomaram contato com a cerâmica mural. O termo "azulejo" deriva, aliás, de uma palavra árabe (al zulej) que significa pedra lisa e polida.

 LisboaBacalhau à Lagareiro, estava muuuito bom!

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Do almoço fui descendo as ruas em direção ao Castelo de São Jorge. Construído pelos mulçumanos durante a ocupação da Península Ibérica. Após a conquista de Lisboa pelo primeiro rei de Portugal, foi transformado em Paço Real para instalação dos Reis e posteriormente transformado em centro do poder militar. O castelo que antes era conhecido como Castelo dos Mouros, com a conquista dos portugueses ele passa a ser chamado de Castelo de São Jorge, padroeiro do exército português.

Não vá esperando encontrar um castelo, o que existe é uma fortificação com traçado medieval. Mas é de lá que você vai ter uma das vistas mais bonitas de Lisboa. É um dos locais mais visitados na cidade, vá com calma e aproveite os arredores com os seus cafés, restaurantes e artesanato.

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 Um urinou no caminho. Fazia muito tempo que eu não ouvia nem via essa palavra.

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Lisboa Igreja e Convento da Graça.

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Continuei descendo até a Catedral da Sé que foi construída no local de uma antiga mesquita mulçumana. Foi atingida por terremotos e sempre renovada fazendo com que sua construção tenha uma mistura de estilos. É dedicada a Santa Maria maior. Aproveitei para agradecer a Deus pela oportunidade de realizar esta viagem.

Lisboa

Da Catedral fui até a rua da Conceição para embarcar novamente no elétrico 28 em direção ao Chiado, outra região na parte alta de Lisboa. Mais uma vez ele estava lotado, a cidade estava tomada por turistas, era engraçado ouvir tanto idiomas diferentes.


Desci no Largo do Chiado para visitar o café “A brasileira”. Estava lotado, entrei, olhei e logo lembrei do que a Mônica e na Nery falaram: visite mas não beba café pois ele é frio. Então sai, tirei uma foto ao lado da estátua do poeta Fernando Pessoa. Mas ir a um café e não beber um café não dá né. Então entrei novamente pedi um café e realmente não era o café mais quente de Lisboa. O problema é que quem não conhece o Brasil vai pensar que no país não é servido um bom café.

A Brasileira vendia o "genuíno café do Brasil", produto muito pouco apreciado ou até evitado pelas donas de casa lisboetas naquela época. Adriano Telles, fundador da Brasileira do Chiado, vivera no Brasil e importava o café sem dificuldades. Com a República portuguesa, as reuniões são liberadas e a  Brasileira torna-se um dos cafés mais concorridos de Lisboa.

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 LisboaO poeta Fernando Pessoa era um cliente tão assíduo que ganhou uma estátua em uma das mesas do café.

Era fim do dia e o Largo do Chiado estava bem movimentado, fiquei sentado por ali observando, depois embarquei novamente no elétrico 28 e fui até o ponto final dele que é na porta de um cemitério. Fiz um tour de bondinho conhecendo a parte alta da cidade. Depois fui embora, eu não queria chegar tarde de novo na casa da Mônica, era a oportunidade de poder vê-las pois no dia seguinte elas embarcaram para a França.

Lisboa   A Mônica havia preparado um jantar cujo prato era resteau d'ontè. Ficamos ali na cozinha saboreando uma comida maravilhosa (nem imaginava que a Mônica soubesse cozinhar tão bem), bebendo um bom vinho e rindo muito. Foto do blog da Mônica (http://fromcuiatoeurope.blogspot.com/).

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2 Comentários

  1. Marcelo, as fotos e o descritivo de seus passeios ficaram excelentes, show de bola viu!!!

    Miranda (Saturno Operadora)

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  2. Obrigado Miranda, e seja bem vido ao meu blog. Um abraço.

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