O meu roteiro pelo estado do Piauí era ir direto da Capital Teresina para Parnaíba no litoral. Aí, vi que no meio do caminho estava o Parque Nacional das Sete Cidades, uma das atrações do estado. Área de Conservação com mais de 6.000 hectares protegendo a fauna e flora bem característica do nordeste brasileiro e um dos mais importantes sítios arqueológicos. Era a chance de finalmente matar a minha curiosidade e conhecer as grandes formações rochosas com pinturas rupestres que só vi em fotos.
Chegada ao parque
Fui em outubro, um dos períodos mais quente como todos os outros meses terminados em BRO. E põe quente nisso, o calor castiga, e eu sofri muito com esta situação. Mas assim como eu, o parque também sofre nesse período, pois cachoeiras e rios ficam secos e a vegetação perde a cor, mas por outro lado as chuvas que caem no primeiro semestre podem atrapalham as visitas.
De qualquer forma, mesmo com a paisagem seca, o visual do parque impressiona. As grandes pedras formam grupos distintos parecendo cidades, daí o nome do parque de “Sete Cidades”.
Centro de visitantes
O Parque Nacional, distante 200 km de Teresina e 150 km de Parnaíba, está localizado nos municípios de Brasileira e Piracuruca. Para ir diretamente ao parque e retornar só se for com taxi ou serviço de transfer privativo que é caro (em Parnaíba fiquei sabendo que tem uma van que faz o serviço coletivo, mas não consegui contato).
Para ir de ônibus regular é preciso usar como base a cidades de Piracuruca pra quem chega do litoral e Piripiri pra quem chega de Teresina. Neste caso há opção de duas empresas de ônibus, a Viação Barroso e a Expresso Guanabara com mais opções de horários.
Pedra da Tartaruga
Viajei três horas até Piripiri e já cheguei à noite sem hospedagem reservada. A rodoviária fica afastada do centro e estava cansado demais para ir até lá procurar onde ficar, então me hospedei ali mesmo na primeira pousada que indicaram, mesmo sendo visível que o pessoal da limpeza não passava ali fazia tempo, mas a roupa de cama era limpa, chuveiro era bom e havia um potente ar condicionado, artigo de extrema necessidade no Piauí.
Mas antes de cair na cama e apagar eu precisava de uma cereja gelada e comida. Precisava também providenciar transporte para ir ao parque, mas isto eu deixei para o dia seguinte.
Arco do Triunfo com 18 metros de altura
Independente da cidade que escolher, você irá depender de taxi, moto taxi ou bicicleta para ir ao parque, pois não há ônibus que chegue lá. Nas pesquisas antes da viagem encontrei a informação de que era possível pegar carona no ônibus do ICMBio que leva os funcionários diariamente.
Fiz também contato pelo face com alguns guias do parque que moram na cidade para ver se eles ofereciam transporte, mas até agora nada de retorno.
Dormi pensando em acordar cedo para tentar carona no ônibus do ICMBio, mas perdi a hora e acordei tarde. Ainda bem que aconteceu isto pois os guias do parque informaram que carona já não é mais possível pois o ônibus quebrou e agora é utilizada uma van que só cabe eles mesmos, até os guias que utilizavam o transporte agora precisam dar o jeito deles.
Deixei as minhas coisas na pousada e fui para a rodoviária buscar alguma informação (que não há) e providenciar um transporte. Achei os moradores bem indiferentes ao parque, parece que não percebem a importância dele.
Só encontrei taxi e moto taxi e andei 26 km (sendo 06 km de terra) na garupa da moto, o taxi era o dobro do preço. Inicialmente contratei o serviço só de ida na esperança de economizar a volta conseguindo uma carona, mas ao chegar lá vi que teria mesmo que voltar com moto taxi e ele já ficou esperando porque senão eu teria que telefonar para ele e só tem um lugar dentro do parque que consegue sinal de celular.
O ICMBio (instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) administra e cuida da conservação do parque, e as visitas ficam por conta da associação dos condutores que atuam no local. Ninguém pode visitar o parque sem o acompanhamento de um dos condutores. Então, fui levado diretamente ao Centro de Visitantes com banheiro, um pequeno bar com quase nada e uma lojinha com pouca coisa. Achei a infraestrutura precária.
Fui recepcionado por Gildeane (ou Diane), a guia da vez. Ela passou informações sobre a visita que pode ser realizada a pé, de bicicleta, de moto ou de carro, sendo que o valor muda conforme a escolha. Na hora dos valores ela chamou o guia Pereira para participar da conversa, a mim pareceu que não há uma tabela e nem vi exposto em lugar algum.
Vista do mirante na segunda cidade
A pé eu descartei logo pois não iria fazer o passeio sob o sol de 11 horas do Piauí. Perguntei sobre as bicicletas, mas segundo ela nenhuma estava em boa condição de uso. Não sei se era verdade ou se foi para forçar eu fazer a pé pois é mais caro (li alguma coisa a respeito na internet). Carro eu não tinha, então só sobrou a opção de fazer com moto, assim ela e a outra guia foram logo descartadas pois não guiavam moto. Foi aí que fiz o passeio com o Pereira pois guiava moto. Ou seja, se ele não estivesse ali eu não conheceria o parque a não ser que fizesse a visita a pé.
Que forma tem esta pedra?
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Passado a parte das negociações, iniciamos a visita que teve a duração de duas horas, mas é possível fazer em menos tempo com um percurso menor. Já que eu estava ali quis conhecer tudo que fosse possível. Em todas cidades o Pereira parou e fizemos pequenas caminhadas para ele poder mostrar algo interessante. O guia conhecia bem o parque, ele nasceu e viveu dentro dele como muitos dali, mas tiveram que sair quando foi transformado em parque nacional.
Nem bem começamos e já paramos na sexta cidade (a visita não segue a sequência delas), e a minha primeira visão foi da pedra da tartaruga, uma das imagem mais conhecida do parque. E dali em diante o tamanho e formas das pedras foram ficando mais interessantes e despertando a minha curiosidade. Em algumas delas tem as pinturas rupestres, outro destaque do parque.
A cidade que mais gostei foi a segunda, é grande, eu diria que é uma metrópole (rsrsr), com vários atrativos e um mirante com uma visão ampla da região. No início da visita o guia passou algumas informações e teorias, mas no decorrer do passeio se limitou a mostrar as rochas e suas formas, mas não deixou de ser uma boa companhia.
Aliás acho que para o visitante comum é nisso que resume a visita ao parque, ver as formas das rochas. Foi um passeio interessante, mas no final o calor já não estava deixando eu curtir tanto o lugar. Retornei a Piripiri e embarquei para Parnaíba.
COMO CHEGAR A PARTIR DE TERESINA
De carro próprio ou alugado,
Contratando transfer privativo que não é barato.
De ônibus para a cidade de Piripiri e lá contratando um serviço de transporte.
Lá ouvi dizer que tem uma van que faz o serviço de transfer coletivo, mas não consegui melhores informações.
COMO CHEGAR A PARTIR DE PIRIPIRI
São 26 km de distância sendo que 6 km é em estrada de terra.
As opções que encontrei foram Taxi e moto taxi, mas você pode tentar conseguir uma bicicleta.
VALORES DE OUTUBRO/16
Moto taxi: R$ 30,00 só ida ou R$ 60,00 ida e volta.
Taxi: R$ 60,00 só um trecho e se for utilizar para fazer o passeio no parque e voltar R$ 150,00.
NÃO tem mais a opção de carona no ônibus do ICMBio.
Conversando com o guia que me atendeu, ele informou que estão pretendendo, através da associação, usar o micro ônibus que antes transportava os funcionários do parque como transporte de visitantes.
A VISTIA NO PARQUE
Abre todos os dias das 08 às 17 horas.
Pode ser feita a pé, de bicicleta, moto ou carro. A duração vai depender do percurso escolhido e do modo que irá fazer. Fiz o percurso completo de moto e teve a duração de 02 horas.
Bicicleta tem no parque para alugar, mas não estavam em boas condições de uso.
A partir de setembro é muito quente! vá preparado. Não esqueça protetor e água.
Telefone do parque: (86) 3343-1342/3276-1863/9422-6502
E-mail: ecoguia2012@hotmail.com
Contato de Gildeane, condutora do parque: 86 99999-1948.
QUANTO CUSTA
Não estava sendo cobrado ingresso, mas o serviço do condutor sim, e não é tão barato não.
A pé: R$ 150,00
De bicicleta: R$ 90,00 mais R$ 10,00 do aluguel da bike.
De moto ou carro: R$ 70,00 mais R$ 20,00 do aluguel da moto se for usar a do condutor. Se você for de carro e não tiver lugar para o condutor é preciso pagar mais R$ 20,00 para ele ir com a moto dele.
Como o motociclista que me levou ao parque ia ficar me esperando, ele ofereceu a moto dele pela metade do preço e eu aceitei.
DETALHE
* Impressiona a precariedade desse lugar fantástico, a falta de informações na cidade que é usada como base para visitar o parque e a falta de transporte.
* Se você sair cedo de Teresina é possível ir, fazer o passeio e voltar (ou seguir a Parnaíba) no mesmo dia sem precisar pernoitar em Piripiri, mesmo se for de ônibus.
* Ao lado da portaria do parque tem um hotel fazenda (site aqui).
16 Comentários
Gostei das informações. Tenho vontade de conhecer o Parque mas pelo visto existem muitas dificuldades e pouca atenção, interesse e infraestrutura. Lamentável!
ResponderExcluirOlá. O parque é muito interessante, se tem vontade, vá. Vale a pena.
ResponderExcluirOLA MARCELO
ResponderExcluirSeu comentario esta esta muito interessante .
voce acha que um dia e meio para visitar o parque esta bastante ?
obrigada pela sua resposta
att
paule
Obrigado por visitar o meu blog. A mim parece muito tempo. A visita é questão de algumas horas e esse tempo depende de como será feita: carro, moto, bicicleta ou a pé.
ExcluirOlá Marcelo! Gostei das suas informações, são muito úteis para quem nunca esteve no Piauí. Eu gostaria de saber se é possível fazer o passeio no parque somente de carro, porque tenho uma amiga que é deficiente física e não tem condições de andar nas trilhas. E eu sou idosa, também não aguento andar no sol piauiense. Pretendemos ir em junho, espero que seja uma fase mais fresca. Agradeço desde já a sua atenção.
ResponderExcluirOlá! Sim, uma das alternativas de visita é a de carro. Nesse caso tem que ter um lugar para o guia ir junto.
ExcluirObrigado pela visita ao blog.
Olá Marcelo. Gostei dos seus comentários. Qual a localidade que vc sugere para hospedar em sete Cidades?. Pretendo visitar as 7 formações em maio/junho com um grupo de 10 pessoas.
ResponderExcluirOi Boa noite!
ExcluirEu fiquei na cidade de Piripiri, não conheci outras cidades ao redor do parque. Então, infelizmente não tenho como te ajudar.
Fique numa posada simples próxima da rodoviária pois já cheguei tarde, mas há outras opções de hospedagem, inclusive tem um hotel próximo a entrada do parque.
Boa tarde Marcelo, sou bióloga e preciso de um Guia que me ajude a encontrar uma planta em específico dentro do parque e fora em qualquer localidade. Saberia quem pode me ajudar com esse serviço? obrigada
ResponderExcluirOlá, boa tarde Priscila.
ExcluirNa ocasião da minha visita ao parque só conheci o Guia Pereira. Fiz o passeio com ele. Já é um senhor e que sempre morou na região do parque, é nativo e conhece muito tudo ali. Acho que ele pode te ajudar.
Mas não tenho o contato dele. Você vai precisar entrar em contato com o parque.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá adorei. Tem um número de pousada ou hotel?
ResponderExcluirOi, que bom que gostou. Infelizmente não tenho o contato. Foi uma pousada bem na frente da rodoviária.
ExcluirVem conhecer o parque nacional de sete cidades Piaui
ResponderExcluirguia : ernandes sousa
Wapp:(86)998316674
Boa tarde! Gostei das dicas! Caso a pessoa vá de carro, você saberia dizer se é preciso um de tração 4×4? Espero que não, rsrssss. Obrigada desde já!
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Já tem um tempo que fui lá. Mas levando em consideração o que vi quando fui, não precisa ser carro 4X4.
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