São Pedro do Itabapoana e o Festival.

Foto retirada da internet.

Este ano aconteceu mais uma edição do Festival da Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana, distrito do Município de Mimoso do Sul. Eu há muito tempo queria ir ao festival, mas não conseguia devido ao trabalho. Sempre na data do festival eu estava trabalhando, mas este com a diminuição das viagens nas férias de julho eu estava livre e não perdi a oportunidade.

Desde o ano passado com a criação do Guia & Turismo, eu venho publicando a programação do festival. Isto porque eu acho São Pedro um cenário turístico interessante e tem que ser divulgado, e porque essas festas incentivam o turismo local e atraem visitantes. E isto é bom para o turismo capixaba. Mas sempre esbarrei em uma dificuldade muito grande de informação. E este ano não foi diferente, falta informação sobre o lugar e sobre o festival. As poucas fontes que tem na internet se limitam a colocar que a programação do festival, e que o local é um sítio histórico.

Semana passada então resolvi que iria ao festival da sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana. Eu tinha também a opção de ir ao festival de inverno de Domingos Martins, que pra mim seria mais fácil e prático. Mas escolhi o Festival da Sanfona e Viola, então me programei para ir ao festival na sexta-feira (29/07) e ficar por lá até o domingo (31/07).

Comecei então a buscar informações de como chegar de ônibus, já que estou sem carro. Eu sabia que teria que ir até Mimoso do Sul e de lá pegar outro ônibus. Procurei uma página do festival na internet e não encontrei, fui então procurar da  prefeitura e encontrei uma  página que não deveria nem está no ar, tão pobre que é. Conclusão, não encontrei as informações que queria.

A exemplo de outras festas e festivais que acontecem aqui no estado, o festival da Sanfona e Viola, que já está na sua 14ª edição, deveria ter uma página na internet com as informações necessárias. Sei que o lugar é pequeno e não comporta um grande público, e talvez por isso não queiram tanta divulgação. Mas até mesmo para não receber um público maior do que o lugar comporta, tem que haver informação. Assim quem for vai estar ciente do que vai encontrar.

Acabei fazendo uso da informações da minha página, que eu coloquei quando escrevi sobre o festival do ano passado.  Liguei então para a Viação Planeta (também não tem uma página na internet) que faz a linha Vitória X Mimoso do Sul para saber dos horários. Depois liguei para a viação cordeiro que faz a linha Mimoso do Sul – São Pedro, mas não consegui de jeito nenhum falar com eles.

Telefonei para a prefeitura mas não consegui também. Então liguei para o mimoso online, um portal de notícias da região. Fui atendido por Renata que atenciosamente informou que de Mimoso para São Pedro haveria vários horários a partir das 16 horas. Fiquei então tranquilo.

Eu já sabia que hospedagem em São Pedro funciona no sistema cama & café, e sendo poucas opções precisa ser reservado com muita antecedência. Como resolvi ir uma semana antes, nem me preocupei em ligar pra lá, e fui com esperança de encontrar na última hora algum lugar para ficar.

Na sexta feira segui para São Pedro do Itabapoana. Cheguei na rodoviária de Mimoso do Sul alguns minutos depois das 16 hs. A rodoviária é pequena e precária, tem só um guichê de venda de passagem da itapemirim/planeta, mesmo tendo outras empresas que usam a rodoviária, mas tem dois bares.

Procurei alguém da viação cordeiro mas não havia ninguém, fui perguntando sobre os horários de ônibus para São Pedro e no bar informaram que talvez teria um ônibus às 19h30min (pelo visto a Renata estava com informações erradas). Um tempo depois apareceu um cobrador da viação cordeiro mas ele não sabia dos horários. Diante da situação juntei com um casal que também estava indo para São Pedro e dividimos um táxi. Foi a melhor coisa que fiz pois fiquei sabendo mais tarde que o ônibus só saiu às 21 horas.

Chegando em São Pedro do Itabapoana não havia nenhum posto de informação, fui então para uma pousada que conhecia, a da Geralda onde me hospedei uma vez, mas não havia vaga. Fui então perguntando para as pessoas se elas sabiam de algum lugar e cheguei até uma casa onde a dona colocou uma cama na sala e estava alugando. Ela teve a coragem de pedir R$ 500,00 por dois pernoites e o banheiro era no quintal. Parece que querem ganhar durante o festival o que não ganham durante o ano. Procurei por mais algum tempo e não conseguindo nada, deixei a minha bolsa na pousada da Geralda e fui curtir o festival.

Na chegada, antes do portal do sítio histórico, foi montada a praça de eventos com uma boa estrutura para os grandes shows, mas não estava acontecendo nenhum ainda. Já dentro do sítio histórico, na subida da ladeira foi montado o tablado 02 onde havia um som muito alto de forró tocado num teclado elétrico. Cadê a sanfona e viola? e pra que um som tão alto? o próprio prefeito Ângelo Guarçoni,  justificando a aprovação da lei que proíbe a entrada de som mecânico, disse em entrevista que dentro do sítio histórico durante o festival deve-se respirar o som da sanfona e viola.

Passei direto e fui para o alto da ladeira, na praça da igreja, onde estava o tablado 01. Lá encontrei a boa música que fui ouvir, a música de raiz que deu origem ao festival, o som da sanfona e da viola.  É o tipo de música que define o público do festival. Na minha opinião esse palco que deve ser mais valorizado e não deveria ter apresentação paralela nos outros palcos. 

Assisti a apresentação dos alunos da Escola de Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana, que disputavam os três primeiros lugares. A escola surgiu a partir das oficinas que são realizadas na semana do festival. Os alunos são meninos e meninas da região, muitos trabalham como lavradores e que depois do trabalho vão a cavalo até a escola para aprender música. Depois dos alunos, os professores da escola subiram ao palco com banda e com a apresentação que fizeram, mostraram que realmente podem ensinar música.

A noite no tablado 01 terminou já de madrugada com um maravilhoso show do trio Forrozão, que durante quase duas horas fez o público dançar e esquecer do frio. Após o show, desci até a pousada da Geralda com esperança dela ter conseguido um lugar pra mim, mas até o quarto dela estava alugado. Fiquei sentado em frente a pousada e observando a movimentação na rua. Quando acabou o último show na praça de eventos, os ônibus estavam voltando para Mimoso, então já que eu não teria lugar pra ficar eu retornei à Mimoso e de lá peguei o primeiro ônibus para Vitória.

Mas não queria ir para casa, então na rodoviária de Vitória resolvi ir ao festival de Domingos Martins. Chegando lá me hospedei na casa de uma senhora, que alugou um quarto por R$ 50,00 o pernoite com uma cama de casal e banheiro privativo. Na cidade se ouvia boa musica e a noite teve um belo show do Monarco da Portela.

Quanto ao festival da Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana, eu pretendo voltar. Mas de carro e com hospedagem. E de preferência sem o som que ouvi no tablado 02, e com um espaço maior para a Sanfona e Viola, resgatando a cultura musical do local.

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