A partir de Arequipa Ă© possĂvel fazer um tour para conhecer o Valle del Colca (ou Canon del Colca), uma regiĂŁo alta que se aproxima aos 5.000 metros, cortada por um cânion profundo formado pelo rio que dá nome ao local. Mas normalmente quem faz o tour faz para ver o voo do condor andino, uma das maiores aves voadora do mundo, e se surpreendem com a paisagem, cultura do povo inca que habitava a regiĂŁo, povoados colonizados pelos espanhĂłis com suas igrejas histĂłricas.
Como eu não tinha certeza de iria fazer, deixei para resolver em Arequipa e não sei se foi a época que viajei, mas foi tranquilo providenciar tudo na véspera do passeio. Há várias agências e os meios de hospedagem também comercializam. São oferecidos principalmente passeios de 01 dia inteiro e de 02 dias com pernoite conhecendo uma parte do vale, mas claro, tem com mais dias e há também que prefira fazer por conta própria.
Passeio de 01 ou 02 dias?
O vale é extenso e o passeio tradicional oferecido, tanto de 01 como de 02 dias, é feito somente em uma área do vale indo até o mirador cruz del condor e voltando pelo mesmo caminho. O passeio é contemplativo, não há trilhas longas nem descidas ao vale. Acontecem paradas para fotos em mirantes e em povoados.
Veja aqui o meu roteiro completo pelo Peru
O de 01 dia é bem puxado, sai por volta das 2:30 da madrugada, passa muito tempo dentro do transporte pois faz todo o trajeto dos dois dias, e ainda tem que se adaptar a mudança rápida da altitude. Ele é indicado para quem quer muito conhecer a região e não tem muito tempo. O de dois dias já sai mais tarde por volta das 07 horas, fica a tarde toda livre em alguma cidade e só no dia seguinte continua com o passeio. Eu optei pelo de 02 dias.
No Hostel em Arequipa ofereceram o passeio por um valor abaixo do que pesquisei e fiquei com o pĂ© atrás. Durante o meu tour pela cidade eu entrei em algumas agĂŞncias para pedir informações e os valores eram iguais ou variavam muito pouco (pra menos ou pra mais). Achei barato um passeio de 02 dias com transporte em van, Guia de Turismo e hospedagem por 80 soles (setembro de 2016). Fechei com o hostel, mas continuei achando que ainda poderia ter alguma surpresa desagradável. Mas foi tudo certo e recebi um serviço de acordo com o valor. O passeio foi realizado pela agĂŞncia Colonial Tours. O transporte foi em Van, ou seja, grupo pequeno. Fomos acompanhados por uma excelente guia de turismo e a hospedagem (que era a minha preocupação) foi em um hotel simples, mas num quarto individual, confortável com cama de casal, banheiro privativo e prĂłximo a praça. AlĂ©m dos 80 soles Ă© preciso pagar o Bilhete TurĂstico del Colca para visitar a regiĂŁo (estrangeiros 70 soles, sul-americanos 40 soles e peruanos 20 soles).
Durante o passeio acontecem paradas nos povoados e uma das atrações são as igrejas onde a cultura do povo inca que habitava a região se mistura com o a cultura do colonizador espanhol.
Como foi o passeio?
ManhĂŁ:
SĂŁo 160 km atĂ© a cidade de Chivay, mas a viagem demora a manhĂŁ toda. SĂł para sair de Arequipa demora mais de 01 hora, a cidade Ă© grande e o transito nĂŁo ajudava. Ao deixar o centro histĂłrico a paisagem muda completamente, a beleza da ‘Cidade Branca’ dá lugar a pobreza da periferia. Pegamos estrada e antes de subir (mais) fizemos uma parada principalmente para o chá de coca e tudo que pudesse evitar o mal de altitude (soroche) como folha e balas de coca. No caminho a guia mostrou como mascar a folha de coca.
Há sempre apresentações culturais. O turismo movimenta a economia da região.
A viagem continuou lenta devido as curvas, subidas, paradas nos miradores e porque ninguĂ©m ali estava com pressa e tĂnhamos mais que aproveitar para contemplar a paisagem que vai mudando Ă medida que vamos subindo. Passamos por reservas naturais, vimos lhamas, vicunhas e alpacas (NĂŁo sei a diferença entre elas) e paramos para ir acostumando com a altitude e tirar fotos, muitas fotos. O ponto mais alto Ă© de 4910 metros e nessa hora eu já estava com dor de cabeça, haja folha de coca.
Chegamos a Chivay, capital do Vale, e fomos direto para o restaurante. O almoço nĂŁo estava incluso (30 soles), a comida era um buffet livre de comida tĂpica com sobremesa, estava gostosa. NĂŁo vi opção prĂłximas dali, mas algumas pessoas foram comer em outros lugares. Era um restaurante turĂstico e foi ali que ouvi pela primeira vez de tantas outras a musica tradicional andina peruana. ApĂłs o almoço fomos distribuĂdos nas pousadas e hotĂ©is. O valor de 80 soles Ă© para quem fica em uma hospedagem simples, mas na tem outras opções com outros valores.
Praça de Chivay com a igreja Nossa senhora de Assunção
Tarde e noite:
Após o almoço o tempo é livre e a agência oferece um passeio opcional para banhos termais. Eu já não tinha interesse e com a cabeça pesada, preferi ficar no hotel e como não melhorava resolvi ir a farmácia comprar um remédio e voltar, mas acabei ficando pelas ruas da cidade. Chivay é bem humilde com ruas de terra batida e casas simples. Tem uma praça e uma igreja com o interior carregado em detalhes, bem mais do que as das cidades históricas de Minas. Perto dali estava acontecendo uma feira livre e fiquei impressionado como aquele lugar poderia ter uma feira tão grande, aproveitei para comprar algumas frutas. Ao lado da feira estava o mercado de artesanato. Continuei e cheguei a um vale onde passa o Rio Colca, uma paisagem bonita. Não sei como são os banhos termais, mas adorei a minha programação em Chivay.
À noite a guia levou o grupo para um jantar opcional com show folclórico. Fui, mas a cabeça continuava pesada, não quis comer e era o mesmo grupo musical do almoço com o mesmo repertório, não fiquei.
2Âş dia
Dia de acordar Ă s 05 horas para seguir viagem em direção a Cruz del Condor, mirante para ver o tĂŁo esperado espetáculo do voo do condor. É mais comum que eles apareçam logo pela manhĂŁ, por isso tem que madrugar. Mas o condor nĂŁo Ă© a Ăşnica atração do passeio. A paisagem o tempo todo atrai o nosso olhar e no segundo dia fica mais interessante ainda pois passamos beirando o Cânion do Rio Colca, um dos mais profundos do mundo. Do alto da estrada vemos os terraços agrĂcolas. No caminho, tanto na ida como na volta, algumas paradas sĂŁo feitas em povoados e mirantes valorizando mais ainda o passeio.
O condor realmente impressiona, Ă© imenso e o voo no cânion Ă© incrĂvel. Lá o tempo de parada Ă© maior e a quantidade de pessoas tambĂ©m, que tentam pegar o melhor lugar para pode vĂŞ-lo mais prĂłximo e se for rápido conseguir tirar uma foto da grande ave. Quando ele aparece distante parece pequeno, mas quando passam sobre as nossas cabeças o seu tamanho impressiona. Depois de um tempo ali seguimos a guia para uma pequena e fácil trilha beirando o cânion, ele ficou mais impressionante ainda. Podemos ver onde termina o vale do rio e começa o grande cânion, que daquele ponto em diante ele fica mais profundo ainda chegando a 4.160 metros. A parada para o almoço (nĂŁo incluso) Ă© em Chivay novamente. Logo em seguida acontece a viagem de retorno a Arequipa.
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De Chivay a Puno:
Quem vai seguir viagem para Puno (meu caso) nĂŁo precisa retornar a Arequipa. Empresas de turismo fazem este trajeto, mas nĂŁo faz parte do pacote e deve ser contratado separadamente ainda em Arequipa para nĂŁo correr o risco de ficar sem lugar. ApĂłs o almoço vocĂŞ Ă© encaminhado atĂ© a empresa que vocĂŞ escolher. A viagem Ă© demorada chegando a Puno somente Ă noite, mas ganha-se tempo. TambĂ©m acontecem algumas paradas sendo possĂvel ver flamingos, lagos e campos. A paisagem Ă© bonita.
A empresa mais conhecida e que provavelmente será a oferecida a você é a 4 M Express, o transporte é em ônibus e o valor é $ 50 dólares. No Hostel vi um panfletos de outra empresa My Tour Peru que fazia o transporte em vans, achei que poderia ser mais confortável e mais rápido. O preço ajudou que eu optasse por ela, $ 30,00. Em Chivay vi que havia outra empresa, mas não lembro o nome.
O passeio pelo vale foi ótimo. O único problema foi causado por mim quando escolhi fazer este trajeto com a My Tour Peru. Depois do almoço eu já estava cansado e o que mais queria era um transporte confortável para encarar a longa viagem. O que tive foi uma van lotada e apertada com a bagagem, não tinha como inclinar a cadeira. Para piorar, próximo a cidade tivemos que espera a estrada ser liberada pois na noite anterior houve um terremoto que provocou desabamento. Pois é, dizem que terremoto na região é comum, mas ainda bem que não percebi nada enquanto dormia. A viagem além de longa (mais de 6 horas) foi bastante desconfortável, a única coisa que valeu a pena foi a paisagem.
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