10 DE MAIO – DIA DO GUIA DE TURISMO.

Desde da semana passada eu estou querendo escrever alguma coisa sobre o dia dedicado ao Guia de Turismo, esse profissional que não é valorizado por muitos; que muita gente - sem o devido conhecimento - acha que é a melhor profissão do mundo pois vive viajando e conhecendo lugares interessantes. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é o outro lado da profissão, das situações difíceis e complicadas que ele tem que resolver com e para os turistas. Muitos nem imaginam da preparação que uma pessoa precisa para exercer esta profissão.

Então fiquei na dúvida se escrevia alguma coisa exaltando a minha profissão ou se escrevia sobre o descaso que eu e meus colegas sofremos no dia a dia. Mas hoje recebi um e-mail de uma amiga guia de turismo, Dejanira, relatando o que os colegas guias do Rio de Janeiro irão fazer no dia 10 de maio. Resolvi então simplesmente publicar aqui o que recebi.

Acho muito válido o que eles irão fazer, pois temos mais para questionar do que para comemorar no dia que é dedicado a nossa profissão.

Quem passar pela Candelária, na Praça Pio X,  na quinta-feira, dia 10 de maio, verá os guias de turismo do Rio de Janeiro reunidos a partir de 15 horas,  numa manifestação pública. Este ato foi a forma de expressão encontrada pela classe em razão do descaso pela profissão de Guia de Turismo por parte das autoridades, órgãos públicos, agências de viagem, operadoras, empresas de eventos, pessoas físicas ou jurídicas, que não cumprem a Lei no. 8.623, de 28 de janeiro de 1993. A lei regulamenta a profissão de Guia de Turismo no Brasil e não é obedecida por aqui. Os pontos turísticos vivem lotados de guias piratas, motoristas disfarçados de guias, agentes de viagem atuando como guias, todos sem nenhuma qualificação e sem ser importunados. Guias acompanhantes do exterior também atuam aqui sem falar a nossa língua e sem conhecer a nossa história. Uma balbúrdia se estabelece ao redor das estações do Corcovado e Pão de Açúcar e todos vendem passeios e excursões livremente e sem fiscalização.

O turismo é uma indústria sem chaminés, lucrativa, canalizadora de recursos e empreendedora. Traz para a cidade um grande número de turistas e visitantes a negócios. O guia é um importante profissional nesta cadeia produtiva do turismo.

O Rio deveria seguir o exemplo dos grandes centros como Paris, Londres e Madri, para citar apenas alguns, onde as multas são altíssimas caso algum estrangeiro seja pego explicando a história de uma praça ou de um monumento, sem ser qualificado.

O guia sofre enfrentando toda sorte de problemas, desde a falta de estacionamento até a falta de infraestrutura básica. O descaso é tão grande que a maioria das agências nem se dá ao trabalho de formalizar uma ordem de serviço. Na maioria das vezes, o profissional recebe das agências ordens verbais e até adiantamentos sem recibo.

Com mais de três mil guias registrados no Ministério do Turismo/Cadastur, com credenciais expedidas e validade controlada, estes profissionais encontram problemas ao renovar o documento. Ele correm o risco de passar um ano apresentando um protocolo, gerado pela TurisRio, pois a nova credencial não chega nunca. Quase setecentos guias atuam na cidade falando mais de dois idiomas estrangeiros.

O guia é a ponta do “iceberg”. Ele informa, conduz e protege o turista após consumada a compra de uma excursão, ou uma simples viagem à Cidade Maravilhosa.. Ele é o real vendedor dos sonhos do turista, do lazer das pessoas em férias e do executivo que, entre uma reunião e outra, chega até o topo do Corcovado para confirmar a sétima maravilha do mundo moderno. Ele vende a cidade, as suas maravilhas, suas atribulações e seus costumes.  Além de realizar as tarefas operacionais, viabilizar as alterações de programa, solucionar problemas, ele é o maior amigo do turista.
Os infratores estão impunes dentro deste caos. Por isso, os guias resolveram comemorar o Dia do Guia abraçando a Candelária.

A única profissão na área do Turismo regulamentada por lei é Guia de Turismo (Lei nº 8623/93). Ou seja, as pessoas que têm interesse em trabalhar como guia devem procurar cursos, em instituições de ensino, devidamente regulamentados pelo Ministério do Turismo.

Depois de formado, o profissional deve realizar seu cadastro no Ministério do Turismo.

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