Prisão Marmetina, Monte Capitólio e mais da Roma Antiga

Roma
  Prisão dos apóstolos São Pedro e São Paulo

O meu terceiro dia em Roma foi longo e depois do Coliseu e o Fórum Romano eu já tinha visto muita coisa e bem que podia ter um descanso de tanta informação. Roma, ao contrário das outras cidades que visitei, pra todo lado só tem construções históricas, ou pelo menos o que sobrou delas (pelo menos na região onde eu estava).


Mas a minha curiosidade não deixava eu parar de conhecer mais lugares, continuei então. Sai do Fórum Romano sem escolher rumo, certo de que pra onde eu fosse teria algo interessante para ver. Entrei na primeira porta que vi aberta e acabei visitando a igreja San Giuseppe dei Falegnami, dedicada a São José. E o mais interessante é que ela dá acesso a Prisão Marmetina que fica abaixo dela. Prisão onde ficaram os apóstolos São Pedro e São Paulo.

Um lugar muito interessante, porém um pouco assustador e sufocante, então não demorei ali. O nome "Mamertina" é medieval na sua origem e pode ser uma referência ao templo de marte nas redondezas, ou pelo fato de que São Pedro ter sido preso aqui antes de seu martírio.

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Fachada do Teatro de Marcelo, um dos grandes teatros construídos pelos imperadores, que ainda existe
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Basílica di Santa Maria in Ara Coeli (Basílica de Santa Maria do Altar do Céu). O nome original era Santa Maria no Capitólio e faz parte do complexo de edifícios do Monte Capitolino. A sua fachada é mais simples que o seu interior

Sai da igreja e segui pela direita chegando ao Monte Capitólio, a exemplo do Palatino, uma das sete colinas da cidade. No alto da colina está a Praça do Capitólio projetada por Michelangelo. No centro da praça está uma réplica da estátua equestre de Marcos Aurélio, a original está no Palácio dos Conservadores que está a direita da estátua (réplica).  A esquerda está o Palácio Novo e atrás da estátua esta o Palácio dos Senadores.

Os dois primeiros Palácios abrigam os Museus Capitolinos, que surgiram em 1471 com a doação de algumas estátuas de bronze de grande valor, pelo Papa Sisto IV ao povo romano. Entrei para visitar o Museu do Capitólio, são muitas salas e pátios com um grande acervo. 


No Palácio dos Conservadores existe um terraço com um café e uma visão fascinante da cidade de Roma onde é possível avistar a cúpula da Basílica de São Pedro. Confesso que já estava cansado de tanta informação visual e já não demorava tanto nos lugares como antes observando detalhes. Um pecado, pois não só o Museu mas o Capitólio merece mais atenção.

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Praça do Capitólio com a estátua de Marco Aurélio e ao fundo o palácio dos Senadores

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Remanescentes de estátua colossal de Constantino

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Estátua original de Marco Aurélio 

Desci a praça pela imponente escadaria do Miquelângelo e segui para o Circo Máximo, mas fui andando para ver lugares no caminho. Passei pela frente do Teatro de Marcelo construído por Júlio Cesar para fazer frente ao teatro de Pompeu. O nome do teatro é uma homenagem do imperador ao seu sobrinho Marco Cláudio Marcelo.

O Circo Máximo foi uma arena antiga e local de entretenimento na antiga Roma. Os primeiros jogos romanos eram desenrolados neste local. Mais tarde, seria palco para festivais e corridas de bigas. Júlio César expandiu o Circo permitindo acomodar cerca de 250.000 espectadores. Deve ter sido muito importante para a época, mas eu poderia passar por ele sem ter percebido. Hoje é um grande espaço aberto e vazio.

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   Lugar onde existiu o Circo Máximo

020. Reconstrucción circo máximo
Ilustração de como era o Circo Máximo

Pra onde ir então? olhei o mapa e um lugar chamou a minha atenção:  as Thermas de Caracala, então fui conhecer. Embarquei no ônibus e fui prestando atenção para descer perto dele, mas acabei vacilando e passei direto e aproveitei que estava sentado e segui no ônibus para ver aonde eu ia parar. Com isso fui fazendo um tour panorâmico pela cidade de Roma.

 
Por onde eu passava em Roma vi muralhas. Elas atravessam a cidade e o ônibus passa por grandes portas. Acabei no ponto final do ônibus em um bairro, lá embarquei novamente e voltei. desta vez desci no lugar certo e fui visitar as Thermas de Caracala. Elas foram construídas entre 212 e 217, durante o governo do imperador romano Caracala, e são um perfeito exemplo das grandes termas imperiais. As Termas eram projetos populares entre os imperadores. Eram casas de banho frequentadas por todos independentes da classe social, com muita liberdade e com isso promiscuidade. O uso era grátis.

As Termas de Caracala era para todos romanos onde conversavam, relaxavam, exercitavam e negociavam. Possuía sauna, piscina com água fria e quente. Salas imensas e o prédio central decorado com ouro e mármore, era maior que a Basílica de São Pedro. O piso era decorado com mosaicos. Grande parte de sua estrutura ainda se encontra conservada, sem a interferência de edifícios modernos.  Ela é uma das maravilhas da Roma antiga.

Roma   Entrada da Terma de Caracala

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        Os salões eram imensos
 
Quando sai das Termas de Caracala já passava das seis horas da tarde e sol continuava forte. Embarquei em outro ônibus e fui  para o centro da cidade parando no Largo di Torre Argentina. Uma praça onde constam alguns templos da época da República Romana, e as ruínas do Teatro de Pompeu.
 
O nome da praça da Torre Argentina, que não tem qualquer relação com o país sul-americano, mas sim com a cidade de Estrasburgo, cujo nome original era Argentoratum. Em 1503, John Burckhardt de Estrasburgo construiu no Largo um palácio com uma torre (Torre Argentoratina), que herdou o nome da sua cidade natal. No centro da Praça existe as ruínas (mais ruinas) do Teatro de Pompeu. Roma é um museu a céu aberto e se fizer um buraco no chão, você consegue peças para montar pelo menos um museu.

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Detalhe de construção no Teatro Argentina em Roma

Aproveitei que estava ali para comer. Fiz uma refeição boa e barata em Roma, comi pizza al taglio (em pedaços). isso é muito comum na cidade, onde você pode escolher o tamanho do pedaço e o valor é cobrado de acordo com o peso. Estava muito bom.
 
Resolvi conhecer a região e cheguei até o Panteão de Roma. Mas devido o horário não era mais possível visitar o seu interior. Aproveitei então para conhecer a Praça Navonna, mas não demorei muito por ali pois no dia seguinte eu voltaria com mais calma. Fui então procurar a praça Campo Del Fiore, como todos os atrativos da cidade ela estava lotada de turistas do mundo inteiro e camelôs indianos.
 
Não sei se porque já estava escuro e eu muito cansado, mas não achei a praça interessante. Mas mesmo assim bebi uma cerveja (birra) pra relaxar, caminhei um pouco e vi muitas brasileiras comprando seus presentinhos nos camelôs. Embarquei num coletivo e fui embora para o hostel. 

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